domingo, 31 de outubro de 2021

Mercado financeiro é "nervosinho" e "atrapalha em tudo" o Brasil, diz Bolsonaro


Dados Econômicos22 horas atrás (30.10.2021 15:05)
Mercado financeiro é © Reuters. Presidente Jair Bolsonaro durante cerimônia no Palácio do Planalto 07/10/2021 REUTERS/Ueslei Marcelino

Por Eduardo Simões

(Reuters) - O presidente Jair Bolsonaro voltou a chamar neste sábado o mercado financeiro de "nervosinho" e o acusou de atrapalhar o Brasil "em tudo", em meio a críticas de agentes econômicos às tentativas de seu governo de driblar o teto de gastos públicos para conceder um benefício social temporário de 400 reais até o final de 2022, ano eleitoral.

"O mercado tem que entender que se o Brasil for mal, eles vão se dar mal também. Parece até que nós somos um time jogando contra o outro, estamos no mesmo time. O mercado toda vez nervosinho atrapalha em tudo o Brasil", disse Bolsonaro a jornalistas em Roma, onde participa neste fim de semana de encontro entre os líderes do G20, grupo que reúne as maiores economias do mundo.

Ele voltou a defender a criação de um novo programa social para atender os vulneráveis impactados pela pandemia de Covid-19 e mais uma vez eximiu-se de responsabilidade pela atual situação econômica do Brasil.

"Se você não atender 17 milhões de pessoas pobres no Brasil, o que pode acontecer? Estamos tentando evitar isso aí", afirmou. "Eu não influenciei negativamente na economia, eu não fechei nada no Brasil", afirmou.

dólar tem registrado forte valorização ante o real e o índice referência do mercado de ações brasileiro, o Ibovespa, tem registrado baixas diante dos movimentos do governo.

Ao mesmo tempo, os juros futuros têm subido, após movimentações do governo para aprovar no Parlamento uma revisão antecipada na regra do teto de gastos públicos para abrir espaço para a criação de um novo programa social e de um benefício de no mínimo 400 reais até o final de 2022, ano em que Bolsonaro deverá tentar a reeleição.

Diante das ameaças ao atual arcabouço fiscal e em um cenário de inflação em alta, instituições financeiras têm revisado para baixo as previsões de crescimento da economia brasileira para este ano e o próximo.

Durante caminhada em Roma, Bolsonaro foi alvo de manifestantes que o chamaram de "genocida" e gritaram "Fora Bolsonaro", mostrou um vídeo publicado pelo site Metrópole neste sábado.



Fonte: Reuters

XP Investimentos: Cenário-base de atividade aponta recessão técnica no 4º trimestre de 2022

 

Dados Econômicos1 hora atrás (31.10.2021 11:48)
XP Investimentos: Cenário-base de atividade aponta recessão técnica no 4º trimestre de 2022© Reuters. XP Investimentos: Cenário-base de atividade aponta recessão técnica no 4º trimestre de 2022

A revisão do cenário de atividade econômica da XP Investimentos já considera uma recessão técnica no último trimestre do ano que vem, informou a corretora, em relatório. Na quinta-feira da semana passada, 22, a XP reduziu a projeção de expansão do Produto Interno Bruto (PIB) de 2022 de 1,3% para 0,8%.

Em relatório, a XP estima contração de 0,4% do PIB no terceiro trimestre de 2022, na margem, e uma nova queda de 0,2% no quarto trimestre. Com dois trimestres seguidos de variação negativa do PIB na margem, o País chegaria ao fim do ano em uma recessão técnica. Para o primeiro trimestre do ano que vem, a corretora espera crescimento de 0,3% do PIB, seguida de alta de 0,1% no segundo trimestre.

"Em média, projetamos taxa de variação trimestral praticamente nula no próximo ano (isto é, aumento do PIB total devido basicamente ao carrego estatístico favorável)", escreve o economista da XP Rodolfo Margato. Em 2021, a corretora prevê crescimento de 5,0% do PIB, que deixaria um carrego estatístico positivo de 0,7% para a atividade econômica em 2022.

No ano que vem, a XP estima resultados positivos para o PIB da agropecuária (3,0%), indústria (0,6%) e serviços (0,9%). Pelo lado da demanda, a corretora calcula expansão do consumo das famílias (1,0%) e do consumo do governo (0,7%), mas uma contração de 1,2% da Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF). As exportações devem crescer 1,6% e as importações, 0,9%.

De acordo com a XP, a recuperação do mercado de trabalho deve sustentar parte da demanda interna no ano que vem, com a previsão de queda da taxa de desemprego de 12,6% no último trimestre de 2021 para 12,2% no fim de 2022, em números dessazonalizados. A demanda externa deve continuar em trajetória de crescimento e os preços internacionais de commodities devem ficar apenas um pouco abaixo do nível atual, avalia a corretora.

"Os rendimentos, por sua vez, devem permanecer baixos, em linha com a ampla ociosidade no mercado de trabalho local. Dessa forma, estimamos que a massa de renda efetiva crescerá 2,3% no ano que vem, após contração de 2% no ano corrente, em termos reais", escreve Margato. O economista prevê um crescimento real de 1,8% da massa de renda ampliada disponível às famílias em 2022, após queda de 9,3% em 2021. A projeção leva em conta o fim do auxílio emergencial e a incorporação de um Auxílio Brasil com benefício mensal médio de R$ 400 a 17 milhões de pessoas.

A normalização gradual das cadeias globais de suprimentos ao longo do ano que vem, com melhora da oferta de matérias-primas e recomposição dos estoques de veículos, deve responder por 0,3 ponto do crescimento previsto para o PIB de 2022, nos cálculos da XP. As estimativas preliminares da produção agrícola para 2022 também são favoráveis, observa Margato.




Fonte: ESTADÃO

sexta-feira, 29 de outubro de 2021

Abandonado, ouro não consegue se firmar nos US$ 1.800, com Fed e os números do emprego nos EUA no horizonte

 

Commodities41 minutos atrás (29.10.2021 15:45)
 
Abandonado, ouro não consegue se firmar nos US$ 1.800, com Fed e os números do emprego nos EUA no horizonte

Por Barani Krishnan

Investing.com - Mais uma semana, e mais uma tentativa fracassada de avançar para além dos US$ 1.800.

O destino do ouro de se manter preso – pelo menos por agora – na marca dos US$ 1.700 parece real, enquanto o Federal Reserve parte para sua reunião mensal na terça e quarta-feira, na qual o barulho em torno da redução do estímulo financeiro dos EUA provavelmente vai ficar mais alto.

Como se isso não fosse o suficiente, o relatório de emprego nos EUA para setembro deverá ser apresentado na próxima sexta-feira, e qualquer crescimento nos números pode ser suficiente para o presidente do Fed, Jerome Powell, e seu círculo de dirigentes que buscam cortar US$ 15 bilhões por mês da compra mensal de títulos feita pelo banco central americano, no valor de US$ 120  bilhões.

O contrato mais ativo dos futuros de ouro dos EUA, para dezembro, tinha queda de US$ 19,25, ou 1,07%, a US$ 1.783,35 por onça às 15h43.

Na semana, ele tinha queda de quase 1%, sua maior perda em seis semanas.

"O ouro não está recebendo carinho dos fundos soberanos europeus, nem de nenhuma das principais instituições", afirmou Phillip Streible, estrategista de metais preciosos da Blue Line Futures, de Chicago. "É como se no momento em que ele atinge os US$ 1.800, as pessoas apertassem o botão de venda. Foi isso que aconteceu hoje e a torrente de stop orders de venda apenas atuou como se fossem alfinetes caindo".

"Este é só o fim de uma semana ruim para o ouro que não vai melhorar na semana que vem, com a reunião do Fed e os números do emprego no horizonte. Eu estou vendo um novo teste do nível de US$ 1.750 e, possivelmente, muito mais baixo".

A disparada do dólar para o maior nível em duas semanas também teve um impacto imenso sobre o ouro na negociação de sexta-feira, pois o metal dourado sofreu com o avanço do seu maior rival.

O dólar subiu após os dados de sexta-feira mostrarem o indicador de inflação anual do Fed atingir o valor mais alto em 30 anos em setembro, mantendo a pressão sobre os responsáveis pela política monetária do banco central, assim como sobre o governo Biden, para frearem a escalada dos custos.

O sentimento do consumidor dos EUA também continua em risco com a inflação elevada, embora os americanos pareçam ter se resignado com custos mais altos em função das turbulências econômicas causadas pela pandemia do coronavírus, disse a Universidade de Michigan na sexta-feira na mais recente edição da sua pesquisa de consumidores, acompanhada de perto.

Embora o ouro teoricamente seja uma proteção contra a inflação, ele mal fez jus a esse título este ano, já que a expectativa de que o Fed terá que elevar as taxas de juros em algum momento afetou o metal.



Fonte: Investing.com

quinta-feira, 28 de outubro de 2021

Dólar salta 1,51% e supera R$5,60 com fiscal e após Copom; juros longos sobe

 

Moedas3 horas atrás (28.10.2021 09:40)
Dólar salta 1,51% e supera R$5,60 com fiscal e após Copom; juros longos sobem© Reuters. Notas de dólares REUTERS/Dado Ruvic/Illustration

Por José de Castro

SÃO PAULO (Reuters) -O dólar tinha firme alta contra o real nesta quinta-feira, mesma direção da inclinação da curva de juros, horas depois de o Banco Central confirmar aceleração no ritmo de elevação da Selic, enquanto no exterior a manhã era mais negativa para moedas emergentes.

O imbróglio em torno da PEC dos precatórios --com a qual o governo e a equipe econômica contam para financiar mais gastos sociais-- pressionava os ativos nesta manhã. A votação na Câmara dos Deputados, que deveria ter sido iniciada ainda na quarta, foi novamente adiada e pode ficar para esta quinta --de toda forma, intensificando as incertezas fiscais.

O dólar à vista subia 1,51%, a 5,62, às 9h57. 

Analistas do Barclays (LON:BARC) (SA:B1CS34)já previam "decepção" para investidores no mercado de câmbio relacionada à decisão do Copom.

"Acreditamos que parte do recente retrocesso do dólar ante o real foi impulsionada pelas expectativas de um aumento maior dos juros (ou seja, aumento do 'carry'). É provável que o real seja negociado um pouco mais fraco na abertura do mercado, seguindo a queda inicial dos juros (curtos)", acrescentou o banco em relatório.

Na esteira dos últimos acontecimentos, o Credit Suisse (SIX:CSGN) (SA:C1SU34) piorou sua estimativa para a taxa de câmbio. "Continuamos pessimistas em relação ao real e revisamos nossa meta para cima de 5,65 reais para 5,80 reais", disse o banco em nota.

"Ralis do dólar para máximas do primeiro trimestre em torno de 5,88 reais provavelmente encontrarão resistência na forma de intervenção cambial agressiva do BCB", ponderaram profissionais da instituição.

Na renda fixa, o movimento nas taxas de juros dos contratos de DI apontava aumento de inclinação, com os vencimentos longos em alta, enquanto os vértices de curto prazo cediam após o Bacen promover um aperto monetário menor do que o embutido nos preços dos derivativos.

O spread entre os DIs janeiro 2027 e janeiro 2022 saltava 29,2 pontos-base, com a inclinação perto de 380 pontos-base.

A taxa do contrato para janeiro 2023 --que concentra apostas para os rumos da Selic entre hoje e o fim de 2022-- tinha leve alta de 2 pontos-base, suficiente para indicar que o mercado não vê juro terminal mais baixo apesar do endurecimento do ritmo de aperto monetário.

No exterior, um índice de moedas emergentes caía 0,17%, com investidores atentos a decisões de política monetária e a sinais de tensão entre Estados Unidos e China.

(Por José de Castro; Edição de Maria Pia Palermo)



Fonte: Reuters

quarta-feira, 27 de outubro de 2021

Bolsonaro volta a falar em privatizar Petrobras e diz que estatal atende apenas acionistas

 

Ações2 horas atrás (27.10.2021 10:51)
Bolsonaro volta a falar em privatizar Petrobras e diz que estatal atende apenas acionistas© Reuters. Bolsonaro 25/10/2021 REUTERS/Adriano Machado

Por Lisandra Paraguassu

BRASÍLIA (Reuters) - O presidente Jair Bolsonaro voltou a falar nesta quarta-feira que considera privatizar a Petrobras (SA:PETR4) e afirmou que a estatal serve para lhe dar "dor de cabeça" e para prestar serviço aos seus acionistas.

"O combustível está subindo no mundo todo, aqui está subindo menos. Alguns acham que a culpa é minha. Eu posso interferir na Petrobras? Eu vou responder a processo, o presidente da Petrobras vai acabar sendo preso", disse em entrevista à TV Jovem Pan News, que estreou nesta quarta.

"É uma estatal que só me dá dor de cabeça. Nós vamos partir para uma maneira de quebrarmos mais monopólio, quem sabe até botar no radar da privatização. É isso que nós queremos."

Bolsonaro tem falado nos últimos dias na privatização da empresa. O líder do governo no Senado, Fernando Bezerra (MDB-PE), admitiu à Reuters que está sendo estudado um projeto de lei para venda de ações e privatização da companhia. Uma das alternativas é a venda de ações do governo, hoje maior acionista, para diluir a participação societária na estatal.

Na entrevista, Bolsonaro criticou a política de preços adotada a partir do governo de Michel Temer, que vincula os reajustes ao preço internacional do barril de petróleo brent e ao valor do dólar no país.

"Não adianta bater recorde na produção de barril, qual a consequência disso? O que o povo vai pensar? Nós somos autossuficientes? Somos. Mas dado a leis do passado, à vinculação do preço levando em conta o barril brent lá fora e o dólar aqui dentro, o reajuste é automático", afirmou.

"É uma empresa que hoje está prestando serviço para acionistas, mais ninguém. A chance de você perder algo na Petrobras é zero."

Apesar de falar em privatização, algo que não é cogitado por partidos de centro-esquerda, Bolsonaro acabou por repetir o discurso do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de que a Petrobras hoje, apesar de ser estatal, só atende aos interesses dos acionistas.

"Você compra ação de qualquer empresa e pode perder. Na Petrobras você não perde nunca. Essa empresa é nossa ou de alguns privilegiados? Não é justo o que está acontecendo", reclamou.

A União é a maior acionista da Petrobras.

Na terça-feira, a empresa aplicou mais um reajuste, de 7% para a gasolina e 9,1% para o diesel. O próprio presidente já havia dito no final de semana que viria mais um aumento esta semana. Foi o segundo reajuste em um mês.

Apenas neste ano, os aumentos acumulados chegam a 73% para gasolina e 65,3% para o diesel, de acordo com as tabelas da Agência Nacional de Petróleo.



Fonte: Reuters

terça-feira, 26 de outubro de 2021

JPMorgan corta a zero estimativa para crescimento de PIB do Brasil em 2022; vê retração do 2º ao 4º tri

 

Dados Econômicos33 minutos atrás (26.10.2021 12:34)
JPMorgan corta a zero estimativa para crescimento de PIB do Brasil em 2022; vê retração do 2º ao 4º tri© Reuters. JP Morgan em Londres 19/9/2013 REUTERS/Neil Hall

Por José de Castro

SÃO PAULO (Reuters) - O JPMorgan baixou a zero a estimativa de crescimento da economia brasileira em 2022, ante taxa de 0,9% no cenário anterior, citando pressão sobre a atividade decorrente de "eventos recentes e decisões de política".

A variação zero da atividade no ano que vem vai se dar em meio a um salto do juro real para 6%, diante da perspectiva de aumento da Selic a 11,25% pela deterioração nas expectativas inflacionárias. O JPMorgan vê a taxa de 6% de juro real como "significativamente acima" da taxa neutra, que, pelos cálculos de profissionais do banco, provavelmente superou 3% devido à "perda de credibilidade da política fiscal".

"O renovado estímulo fiscal anunciado pelo governo deve, em certa medida, amortecer o entrave ao crescimento econômico no curto prazo, mas as condições financeiras mais apertadas e, sobretudo, crescentes incertezas políticas em nossos cálculos mais do que compensam esse efeito", disseram Cassiana Fernandez (economista-chefe do banco no Brasil) e Vinicius Moreira (economista) em relatório divulgado na noite de segunda-feira.

Os economistas agora preveem retração do PIB do segundo ao quarto trimestres de 2022, para os quais antes estimavam desaceleração do crescimento abaixo do potencial, mas ainda com leituras positivas.

O JPMorgan vê expansão de 5% para a economia em 2021, ante 5,1% do prognóstico anterior, que ainda geraria carrego estatístico positivo de 0,4% para a taxa de crescimento de 2022, mas insuficiente para levar o PIB do ano que vem ao terreno positivo.

"Isso significa que tanto o consumo doméstico quanto o investimento provavelmente sofrerão e se desviarão da tendência de crescimento pré-Covid, que já era fraca pelos padrões históricos e quando comparada com outros países emergentes", finalizaram os economistas.




Fonte: Reuters

segunda-feira, 25 de outubro de 2021

Ibovespa tem recuperação apoiado em Petrobras, mas tensão com fiscal ainda pesa


Ações1 hora atrás (25.10.2021 13:13)
Ibovespa tem recuperação apoiado em Petrobras, mas tensão com fiscal ainda pesa© Reuters. REUTERS/Amanda Perobelli

Por Aluisio Alves

SÃO PAULO (Reuters) - As ações brasileiras buscavam alguma recuperação nesta segunda-feira, uma vez que investidores tensos com a deterioração fiscal do país dividiam as atenções com o noticiário corporativo, incluindo o início da temporada de balanços trimestrais.

Às 12:42, o Ibovespa mostrava alta de 1,4%, aos 107.827,65 pontos. O indicador teve na semana passada queda de 7,28% na semana passada, pior desempenho semanal desde o início da pandemia, em março do ano passado. O giro financeiro da sessão somava 12,9 bilhões de reais.

"A semana começa com estresse pós-traumático", resumiu o economista-chefe do modalmais, Alvaro Bandeira, referindo-se à deterioração do cenário macroeconômico, com piora das projeções para crescimento econômico, inflação e juros.

No entanto, após o Ibovespa ter caído ao menor nível em 11 meses, investidores começaram a comprar ações que consideram exageradamente depreciadas, na esteira de anúncios corporativos. Eram os casos, entre outros, de Hypera (SA:HYPE3) e de Petrobras (SA:PETR4).

DESTAQUES

- PETROBRAS disparava 4,45%, após a companhia anunciar que elevará o preço médio do diesel nas refinarias em 9,15% e o da gasolina em 7,05%, a partir de terça-feira.

- HYPERA tinha ganho de 4,1%, após a farmacêutica ter anunciado na noite de sexta-feira que teve lucro do terceiro trimestre 33% ante mesmo período do ano passado, impulsionado por aumento de receita de 50%. O Credit Suisse elogiou a expansão da receita, mas apontou compressão das margens.

- AZUL (SA:AZUL4) subia 0,5%. A empresa anunciou acordo que lhe dará o direito de comprar 1,8 milhão de ações ordinárias da fabricante de aeronaves elétricas de decolagem e pouso vertical Lilium. GOL (SA:GOLL4) avançava 1,5%. O Barclays iniciou a cobertura do ADR da companhia com recomendação 'overweight'.

- BRASKEM (SA:BRKM5) evoluía 1,7%. A petroquímica reportou na noite de sexta recuo na produção de eteno e vendas de resinas no Brasil, no terceiro trimestre. O BTG Pactual frisou os números mais fracos, mas afirmou que a companhia se beneficia do real mais fraco e que espera dividendos mais altos no curto prazo, o que pode compensar ruídos sobre eventual venda de ações dos principais acionistas.




Fonte: Reuters

domingo, 24 de outubro de 2021

Incerteza da alta das taxas de juros pelo Fed afeta preço do ouro; petróleo na máxima de 7 anos

 

Commodities27 minutos atrás (24.10.2021 16:31)
Incerteza da alta das taxas de juros pelo Fed afeta preço do ouro; petróleo na máxima de 7 anos© Reuters.

Por Barani Krishnan

 Um dos maiores insultos que se pode fazer aos profissionais de investimentos é dizer que montar uma carteira usando um grupo de macacos vendados lançando dardos na seção de finanças dos jornais é quase tão eficaz quanto as escolhas dos melhores de Wall Street.

A atividade dos mercados na sexta-feira evocou essa máxima.

ouro, o S&P 500, o dólar e os rendimentos do Tesouro caíram ao mesmo tempo, após a afirmação do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, de uma possível redução do estímulo econômico em novembro ou dezembro, admitindo incerteza contínua (provavelmente, pela 999ª vez) quanto ao cronograma para a elevação das taxas de juros.

O metal dourado se recuperou antes do fechamento de sexta-feira, mas a queda indiscriminada tanto nos ativos de risco como nos portos seguros registrada mais cedo no dia merece reflexão.

A incerteza/negatividade extrema do mercado leva à aversão extrema do risco. Isso é um dado, assim como a Covid-19, a crise financeira e o 11 de Setembro.

Mas esta não foi uma dessas situações.

Evidentemente, os mercados têm estado ansiosos desde o início do ano sobre o cronograma da redução do estímulo financeiro.

Mas o coelho já saiu da cartola há mais de um mês.

A primeira sinalização de Powell para um anúncio sobre o tapering em novembro surgiu após a reunião de política monetária mensal do Fed de 22 de setembro.

A ata dessa reunião do banco central, publicada em 13 de outubro, chegou a propôr o corte de cerca de US$ 15 bilhões no estímulo por mês, até que o gasto mensal de US$ 120 bilhões fosse zerado em oito meses.

Ao reiterar na sexta-feira que o Fed estava no caminho de uma redução, Powell estava apenas dando credibilidade ao que era quase uma certeza.

Mas um aumento das taxas de juros é um assunto completamente diferente.

A incapacidade do Fed em dizer com precisão quando ocorrerá a primeira elevação das taxas da era Covid não é surpreendente.

A fenomenal desagregação das cadeias de fornecimento e o mercado de trabalho desigual dos últimos meses tornou a dinâmica da recuperação mais complicada do que nunca.

inflação não é a única coisa que os bancos centrais pensam ao aumentarem as taxas. A pandemia, como sabemos, afetou mais os grupos marginalizados. Para o Fed, as estatísticas do mercado de trabalho, incluindo como grupos raciais diferentes e outras categorias estão sendo impactados, são igualmente importantes.

O dinheiro inteligente muitas vezes é associado aos melhores de Wall Street. Mas também existe o dinheiro burro.

O fato de os investidores ficarem sem a menor ideia de como reagir a um dos comentários mais inócuos e repetitivos do presidente do Fed na sexta-feira foi assombroso.

Para começar, Powell não estava prestando um depoimento perante o Senado nem diante de uma dessas coletivas de imprensa que realiza após cada reunião mensal do Fed, onde acabara de sair de uma sessão de brainstorming com o outros gestores do banco central. O evento de sexta-feira foi uma aparição virtual numa conferência do Banco de Compensações Internacionais sobre a África. A forma como o evento foi amplificado para o nível de um evento de Jackson Hole foi surpreendente.

O que é certo é que o Fed não pode ter certeza sobre o aumento das taxas de juros até atingir a matriz que ele mesmo definiu para o emprego e a oferta e procura de materiais.

Pode-se criticar a atitude relaxada do Fed em relação às pressões dos preços, especialmente a sua insistência de que a inflação atual é transitória, e continuar a se especular sobre cronogramas entre junho e dezembro de 2022 para um aumento das taxas - com base nas divagações dos outros palestrantes do Fed e em atualizações mensais do chamado dot plot.

Mas, no fim das contas, Powell não vai apertar o gatilho até ter certeza de que todas ou a maioria das condições - incluindo aquelas que poderiam garantir a sua recondução ao cargo - estiverem reunidas.

A incerteza sobre a elevação das taxa em si já não é novidade. O dinheiro inteligente precisa ser mais inteligente.

Resumo do mercado e dos preços do ouro

Os longs do ouro tiveram a segunda semana consecutiva de ganhos, mas não antes de uma montanha-russa na sexta-feira que os levou para a euforia dos patamares de US$ 1.800 e, na sequência, uma queda e, finalmente, um fechamento no azul.

O contrato mais ativo dos futuros de ouro dos EUA, para dezembro, fechou a US$ 1.796,30 por onça no Comex de Nova York, alta de US$ 14,40, ou 0,8%. No início do pregão, o ouro para dezembro disparou até US$ 1.815,50, apenas a segunda vez numa semana em que ultrapassou a casa dos US$ 1.800.

Na semana, o contrato de futuros de referência para o ouro fechou em alta de 1,6%, estendendo os ganhos da semana anterior de 0,6%.

As oscilações de sexta-feira no ouro foram desencadeadas pelo presidente do Fed, Powell, que durante uma aparição virtual num evento do Banco de Compensações Internacionais, confirmou os planos do banco central dos EUA para começar a reduzir seu estímulo mensal de US$ 120 bilhões entre novembro e dezembro, embora sem oferecer um cronograma para o aumento das taxas de juros.

Os mercados estavam ansiosos por meses em relação ao início do tapering do estímulo econômico. Agora que se sabe isso, a especulação passou para as taxas.

O ouro não foi o único mercado chacoalhado no pregão de sexta-feira: o S&P 500 foi de um nível recorde para o vermelho até o meio-dia.

Foi também um daqueles dias únicos em que a trifecta do ouro, dólar e rendimentos dos títulos do Tesouro caiu, indicando que os investidores estavam basicamente perdidos sobre o que fazer.

"A principal lição de Powell foi o fato de que o Fed está no caminho de começar a redução do programa de estímulo e que isso deve terminar até meados de 2022, a inflação transitória pode durar um pouco mais do que se esperava, e essas expectativas quanto ao aumento das taxas de juros devem ser escritas a lápis", afirmou Ed Moya, analista da plataforma de negociação online OANDA.

O fato de o ouro conseguir fechar no positivo e com alta de mais de 1,5% na semana ainda é prova de sua força inerente, após semanas preso em níveis intermediários a inferiores da casa dos US$ 1.700, disse Moya.

"Wall Street sabe que os rendimentos reais negativos permanecerão no próximo ano e que o ouro vai se reafirmar como uma proteção contra a inflação", acrescentou.

Resumo do mercado e dos preços do petróleo

Os touros de petróleo registraram uma nona semana seguida de ganhos, enquanto as atenções do mercado novamente se voltaram para os menores níveis em três anos nos estoques dos EUA de petróleo bruto, ainda que os preços do gás natural e do carvão, que deram suporte a um recente rali geral no setor de energia, tenham virado para baixo na semana.

petróleo WTI , negociado em Nova York e referência de preço nos EUA, fechou em alta de US$ 1,26, ou 1,5%, a US$ 83,76 por barril. O WTI chegou a cair a US$ 80,81 na quinta-feira, mas na sexta-feira atingiu um pico de US$ 83,86, apenas dez centavos abaixo da máxima histórica em sete anos de quinta-feira, de US$ 83,96. Na semana, ele aumentou 1,8%, com um ganho acumulado em nove semanas de 34%.

petróleo Brent, cotado em Londres e referência mundial de preço, fechou em alta de US$ 0,92, ou 1,1%, a US$ 83,53. O Brent atingiu a máxima em três anos, de US$ 86,10, na quinta-feira. Ele aumentou quase 1% na semana, com um ganho em sete semanas de 15%.

Os preços do petróleo tiveram sua maior perda em duas semanas nesta quinta-feira, após o Presidente russo, Vladimir Putin, afirmar que o cartel da OPEP+, que inclui Moscou, pode produzir mais barris do que havia anunciado.

Os preços do petróleo também caíram devido à reação de China, Índia e outros países consumidores contra os preços elevados da energia, que segundo eles podem arruinar suas economias com uma inflação galopante. Somando-se à pressão sobre os mercados de energia estavam as previsões mostrando que grande parte dos Estados Unidos terá um inverno mais quente do que a média.

Esses fatores fizeram com que os preços do gás natural e do carvão recuassem em relação a suas máximas nas últimas semanas.

Ainda assim, os mercados de petróleo tiveram forte recuperação na sexta-feira, quando o foco voltou a ser a queda dos inventários do petróleo bruto no centro de armazenamento de Cushing, Oklahoma.

"A questão é que não haverá nenhuma oportunidade de reabastecer Cushing nos próximos 3 a 5 meses, já que as demandas deverão se manter elevadas", afirmou Scott Shelton, corretor de futuros de energia na ICAP, em Durham, Carolina do Norte. "Mas será um comércio volátil".

Em sua atualização semanal dos estoques, na quarta-feira, a Energy Information Administration dos EUA registrou o nível dos estoques de Cushing em 31,2 milhões de barris, abaixo do nível de 33,6 milhões de barris da semana anterior.

Além disso, a EIA relatou que os estoques de petróleo bruto diminuíram 431.000 barris na semana finda em 15 de outubro, em comparação com as expectativas dos analistas para um acúmulo de 1,857 milhão de barris.

Foi a primeira vez em um mês que a EIA relatou um crescimento semanal nos estoques do petróleo após as semanas anteriores de aumento contínuo, que adicionaram cerca de 13 milhões de barris aos estoques.

O petróleo bruto não foi o único componente do relatório a registar queda.

Os estoques de gasolina caíram 5,368 milhões de barris na semana passada, segundo a EIA, em comparação com as expectativas de consumo de 1,267 milhão de barris.

Os estoques de destilados, que incluem diesel e óleo para aquecimento, caíram 3,913 milhões de barris na semana, contra as expectativas de um consumo de 700.000 barris, como demonstraram os dados.


Fonte: Investing.com

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